Lúpus Eritematoso Sistémico (LES)

 

O lúpus eritematoso sistémico é uma doença crónica auto imune de causa desconhecida, caracteriza-se pela produção de anticorpos contra as células do próprio organismo (anticorpos) impossibilitando o Sistema Imunitário de combater corpos estranhos.

 

Características

  • Há períodos em que se manifesta e outros em que fica inactivo (esses intervalos podem durar semanas, meses ou anos);
  • Alguns pacientes podem não desenvolver complicações severas;
  • Não é transmissível nem infecciosa, e varia muito de um paciente a outro; de casos simples (que exigem intervenções médicas mínimas) a casos significativos (com danos a órgãos vitais, como: pulmão, coração, rim e cérebro).

 

 

 

Epidemologia                      

·         Sexo: Há um nítido predomínio no sexo feminino (8 mulheres em cada 10 portadores), aparecendo geralmente durante os anos férteis (da menarca à menopausa)

·         Faixa etária: Os primeiros sintomas ocorrem geralmente entre a segunda e quarta década de vida.

·         Localidade: É mais comum nos EUA, menos incidente na Europa

·         Distribuição étnica: É mais frequente em  negros com incidência de 11,7/100.000 enquanto a ocorrência em brancos é de 2,7/100.000.

  • Doença Clínica: Indivíduos cujos familiares já foram diagnosticados têm mais hipóteses de apresentar a doença ou outra doença auto-imune. A taxa de concordância em gémeos monozigóticos varia de 12% a 15%.
  • As mutações estão alojadas no braço curto do cromossoma 6.

 

 

 

 

Tipos de Lúpus

 

 

Existem 3 tipos de Lúpus: o Lúpus Discóide, o Lúpus Sistémico, e o Lúpus Induzido por Drogas. Apenas iremos abordar os dois primeiros.

 

 

         Lúpus Discóide

É sempre limitado à pele. É identificado por inflamações cutâneas que aparecem na face, nuca e couro cabeludo. Aproximadamente 10% das pessoas Lúpus Discóide pode evoluir para o Lúpus Sistémico, o qual pode afectar quase todos os órgãos ou sistemas do corpo.

 

       Lúpus Sistémico

Costuma ser mais grave que o Lúpus Discóide e, como o nome diz (sistémico = geral), pode afectar quase todos os órgãos e sistemas. Em algumas pessoas predominam lesões apenas na pele, noutras podem predominar nos rins, nos pulmões, no sangue, ou ainda, noutros órgãos e tecidos.

 

      Sintomas gerais

A fadiga costuma ser o primeiro sinal eminente. A maioria das pessoas apresenta febre contínua ou intermitente, perda de peso e mal-estar. Independente da forma clínica de manifestação, a grande maioria dos doentes tem períodos intensos intercalados por períodos de relativa melhora ou mesmo de inactividade.

 

Critérios da doença

O diagnóstico de LES é estabelecido quando 4 ou mais critérios dos abaixo relacionados estiverem presentes:

·         Eritema malar (vermelhidão característica no nariz e face), geralmente em forma de "asa de borboleta"

·         Lesões discóides cutâneas (rash discóide)

·         Fotossensibilidade

·         Úlceras orais e/ou nasofaríngeas, observadas pelo médico

·         Artrite não-erosiva de duas ou mais articulações periféricas, com dor, edema ou efusão

·         Alterações hematológicas

·         Anormalidades imunológicas 

·         Factor antinuclear (FAN) positivo

·         Alterações neurológicas: convulsões ou psicose sem outra causa aparente

·         Anormalidades em exames de função renal

Esse método diagnóstico tem uma especificidade de 95% e uma sensibilidade de 75%, de forma que, quando, no mínimo, quatro critérios forem preenchidos, em média 95 de cada 100 pacientes apresentará, de facto, lúpus eritematoso sistémico. Entretanto, somente 75 de cada 100 pacientes com lúpus eritematoso sistémico apresentaram positividade para 4 ou mais desses 11 critérios.

 

 

 

Prevenir infecções. Os sintomas gerais na maioria das vezes respondem ao tratamento das outras manifestações clínicas. A febre isolada pode ser tratada com aspirina ou anti inflamatórios não hormonais. Corticóides e imunossupressores (especialmente a são indicados nos casos mais graves).

Como não existe um diagnóstico muito preciso para as doenças chamadas auto-imunes, deve-se ter cuidado ao administrar medicamentos, uma vez que os seus efeitos colaterais podem ser muito agressivos ao organismo.
           Grávidas portadoras de lúpus necessitam de um acompanhamento médico rigoroso ao longo da gravidez, visto que a doença pode atingir também o feto.

 

Procurar no site

© 2008 Todos os direitos reservados.